quinta-feira, 30 de maio de 2013

Pesquisa e elaboração de conteúdos específicos para o tópico " Artes"



ARTES

Os objetivos da educação Artística são desenvolver a coordenação motora, a memória visual da criança e estimular as percepções sensoriais da criança, através das atividades:
· Rabiscar;
· Desenhar;
· Modelar massinha;
· Pintar;
· Trabalhos de enfiagem;
· Recortar;
· Colar (figuras, palitos, algodões, bolinhas de papel, papéis rasgados, sementes de frutas, areia, folhas).



Objetivo: Valorizar a Arte Naïf identificando suas características e peculiaridades.
Tema Abordado: Arte Naïf
Áreas do Conhecimento: Educação Artística e História da Arte

Materiais:

Tampas de caixas de sapatos
Papel amarelo
Retalhos de tecidos
Cola pano
Tinta relevo em várias cores
Tesoura sem pontas
Lápis

Passo a passo
1.           Encape a tampa de papelão com papel amarelo, aplicando cola pano.
2.           Cole na tampa, aplicando cola pano.
3.           Decore com as tintas relevo coloridas. Deixe secar.







Fonte: Revista do Professor Sassá





Pintura com os dedos


Esta atividade consistiu em pintar com os dedos as asas da borboleta. Cada parte das asas da borboleta correspondia a um número. Esta atividade teve como principais objetivos desenvolver o conhecimento dos números e desenvolver a linguagem oral, estimulando as crianças a contar enquanto faziam as pinturas.




Fonte: 

Pesquisa e elaboração de conteúdos específicos para o tópico Feira de Ciências






Com certeza saber a teoria sobre uma matéria escolar, pesquisar em livros ou sites e estudar muito é importante entender os conteúdos, mas quando partimos para experimentar, na prática como as coisas funcionam, aí sim fica muito mais fácil para realmente aprender um matéria escolar.
Assim, experimentar e aprender estão intimamente ligados. Percebendo essa ligação, no início do séc. XX professores do ensino básico de algumas escolas dos Estados Unidos propuseram a seus alunos que desenvolvessem projetos científicos para demonstrar determinados fenômenos para seus colegas de classe. A ideia deu certo e esses professores perceberam que com essa estratégia os alunos aprendiam de forma muito mais eficaz e prazerosa.
A partir daí estava “dada a largada” para as Feiras Científicas ou Feiras de Ciências que conhecemos hoje e que fazem parte do calendário de muitas escolas pelo mundo todo.
Organizando uma Feira de Ciências
Para organizar uma Feira de Ciências é fundamental ter senso de equipe, organização, empenho e muita disposição!
Os professores e a coordenação da escola devem ser os responsáveis pela organização desse evento, mas é claro que a ajuda dos alunos é muito importante.
Aos professores e coordenadores cabe a tarefa de prever o evento no calendário escolar, orientar os alunos para o desenvolvimento dos projetos, criar normas para o funcionamento da feira, cuidar da segurança da feira em geral e de cada experimento especificamente, além de orientar a divulgação e montagem.
Para os alunos fica a tarefa mais gotosa e desafiadora: desenvolver projetos inovadores a partir de conteúdos já estudados em sala de aula. É necessário ser criativo e ter espírito de cientista, pois mesmo para experimentos simples, seguimos os passos de um cientista, ou seja: observamos, formulamos hipóteses e criamos o experimento em si para verificar a veracidade dessas hipóteses.
Seguem algumas dicas importantes para sua participação ser nota 10:
ü Tema: para escolha do tema você deve penar em algo desafiador, que instigue sua curiosidade para aprender mais, mas também não exagere, pois não adianta escolher um tema que esteja fora de seu alcance de pesquisa. Lembre-se de que alguns fenômenos demoram anos para serem desvendados por cientistas e, portanto você não conseguirá pesquisar em pouco tempo;

ü Método científico: além de aprender mais sobre um determinado assunto, o desenvolvimento do experimento deve ajudar a percorrer os passos do método científico, ou seja - observar, especular, formular hipóteses, experimentar, deduzir e chegar a conclusões;

ü Materiais: não esqueça de fazer uma lista de materiais que deverão ser utilizados no experimento, isso evitará que passe por apuros nos dias de apresentação;

ü Tempo: organize bem o tempo que dispensará para esse trabalho sem deixar de lado as outras atividades escolares;

ü Continuidade: escolha um tema que poderá ter continuidade nos anos seguintes, à medida que você vai se aprofundando no conteúdo;

ü Anotações: à medida que você vai desenvolvendo suas habilidades científicas, surgirão ideias a todo momento, quando você mesmo imaginar, andando de bicicleta, passeando no shopping, etc., assim, tenha sempre em mãos uma caderneta de anotações para não deixar nada escapar!
Tudo pode começar em um laboratório...
Um laboratório de Ciências é um ambiente da escola com materiais e organização especifica que viabiliza a realização de experimentos científicos. É um espaço educativo que faz a ligação entre a teoria e a pratica dos conteúdos escolares.
Nos laboratórios há materiais e equipamentos específicos para cada experimento. Conheça esses equipamentos clicando aqui
Desenvolver pesquisas nos laboratórios de Ciências pode ser o começo para a vida científica.
Curiosidades
Veja algumas invenções interessantes:
Bicicleta portátil A criação do inglês Clive Sinclair, a "A-Bike", é dobrável. Ela pesa cerca de 5 quilos e meio e pode ser guardada em uma sacola com menos de 0,03 metros cúbicos.
Cadeira de papelão É toda feita de papelão e pesa 900 gramas. Mas suporta até 450 quilos em cima dela.
Carteira antirroubo Invenção australiana. Feita de aço inoxidável, ela é dotada de dispositivos especiais que destroem seu conteúdo. Ao ser aberta por alguém que desconhece a senha, a carteira libera uma tinta azul que mancha tudo o que há em seu interior e, ao mesmo tempo, apaga as fitas magnéticas dos cartões.
(fonte: Guia dos Curiosos)

http://www.smartkids.com.br/especiais/feira-de-ciencias.html

Responsáveis pelas postagens: CLAUDIA LUCIA NEVES ADRIÃO / ISABEL CRISTINA CAETANO DA SILVA




Boneco ecológico



Materiais:
01 perna de meia calça
100 gr de alpiste ou painço
300 gr de serragem
01 tubo de cola
01 tesoura sem ponta
Enfeites para seu boneco ecológico


Como Fazer:
A. Corte uma perna da meia calça.
B. Coloque o alpiste ou painço.
C. Complete com serragem, feche a meia e modele em forma de bola.
D. Monte o boneco ecológico ao seu gosto.
E. Molhe a cabeça do boneco, em alguns dias o alpiste começa a nascer dando origem aos cabelos. Então você corta e espera crescer de novo, pura diversão!!

Depois de todo o processamento agora é só se divertir, podes começar uma coleção com vários estilos do boneco e deixar no quintal para os passarinhos destruírem, ou esfregar a grama crescida nos outros para dar coceira. Divirta-se!




Fonte:




Consumo Consciente

Como funciona uma hidroelétrica, e como a energia chega até nossas casas?

Na maquete foi reutilizado:
1 lata de alumínio + 1 rolinho de papel higiênico-para a turbina e o gerador
1 cx de papelão (embalagem de chá) - para o transformador
caixa de ovos - aquele papelão verde- p/ as montanhas
2 cxs de leite (tetra pak) - para as linhas de transmissão (antenas)
embalagens de papelão - para a rua 
plástico que embala eletrodomésticos - para a água do rio e queda na barragem





Fonte:






5 SENTIDOS


Você está brincando no jardim e  uma linda borboleta passando na sua frente. Em seguida sente ocheirinho daquele bolo maravilhoso que só a mamãe sabe fazer, você até sente o gosto, mas como ainda não dá para saboreá-lo, ouve seu amigo chamar e sai correndo na direção dele, ao se aproximar, ele mostra uma caixa de brinquedo e pede que você descubra qual é este brinquedo através do tato... São muitas sensações ao mesmo tempo e nós só conseguimos captar todas elas através dos órgãos dos sentidos, estruturas complexas que nos ajudam a perceber o meio em que vivemos e são essenciais para a maioria das tarefas que realizamos. Vamos agora caracterizar cada um dos órgãos dos sentidos.
Começando pela pele, que é o órgão responsável pelo tato e tem funções importantes, como manter os órgãos internos isolados do meio ambiente, ajudar no controle da temperatura do corpo eliminando o suor, proteger contra a invasão de micróbios que prejudicam o organismo, etc. Na pele que reveste os dedos há linhas tênues que formam as digitais, que são diferentes de uma pessoa para outra, portanto é uma característica pessoal.
O órgão responsável pela audição é o ouvido, que é uma estrutura complexa com a função de perceber os sons. As orelhas compõem a parte externa do ouvido e funcionam como um radar, captando todos os tipos de sons. O ouvido é muito sensível e sons muito aos podem provocar perdas auditivas... Portanto, tenha muito cuidado ao ouvir música em volume muito alto, pois isso pode ser prejudicial para você!
Com relação ao sentido do paladar, o órgão responsável é a língua, que identifica o sabor dos alimentos através das papilas gustativas, assim, em cada região da língua distingue-se um sabor. Quando você sente o cheiro de algum alimento que parece estar muito saboroso e diz que “dá água na boca”, pode crer que é verdade: isso acontece porque com o cheiro nosso organismo se prepara para comer e por isso libera mais saliva, dando a sensação de água na boca.
E por falar sentir em cheiro, sua percepção tem relação com o sentido do olfato e o órgão responsável é onariz. Este órgão possui receptores que distinguem o tipo de cheiro e envia as informações para o cérebro, que guarda essa informação e quando cheiramos novamente a mesma coisa, de imediato essa memória é acionada para sua identificação. O olfato pode também servir de alerta sobre algum perigo próximo, como o cheiro de fumaça, que pode indicar um incêndio ou mesmo quando sentimos um cheiro diferente do normal em alimentos indicando que estão estragados.
Finalmente chegamos ao sentido da visão, cujos órgãos responsáveis são os olhos. Nossos olhos são muito sensíveis e precisam de proteção contra poeira e outros elementos que podem prejudicá-los, daí a importância das pálpebras, sobrancelhas e cílios que fazem essa proteção.  

Curiosidades:
·         A pele é o maior órgão do corpo humano e corresponde 16% do peso corporal.
·         O químico alemão Adolf Butenandt, descobriu que muitos animais liberam moléculas invisíveis e voláteis na época do cio para atrair o sexo oposto. A estas moléculas o cientista deu o nome de feromônios.
·         Qualquer som de 90 decibéis para cima pode causar danos à audição, podendo inclusive pode ocorrer a surdez.



Sentidos

Nas aulas de Educação Infantil é fundamental estimular a percepção através de atividades direcionadas aos órgãos dos sentidos e uma sugestão é fazer uma aula em que eles possam ter a consciência desses sentidos. Para isso você pode separar cinco carteiras e colocar em cada uma delas elementos que estimulem cada um dos órgãos dos sentidos: 


Mesa 1: alimentos variados com sabor doce, salgado, azedo e amargo e pazinhas de sorvete. Dê preferência para alimentos pastosos.


Mesa 2: álcool, desinfetante, perfume, pasta de dentes, terra molhada e água.


Mesa 3: metal, madeira, gelo, plástico, vidro, recipiente com água quente.


Mesa 4: copos de vidro, aparelho de som e outros objetos que façam barulhos específicos.


À medida que os alunos vão identificando qual o sentido e cada órgão é estimulado em cada mesa, o professor coloca uma identificação do tipo “mesa da visão”, por exemplo. Este material pode ficar exposto na sala para trabalhos posteriores com as crianças.


Outra opção para trabalhar o tato é o jogo memória tátil, cuja preparação é muito simples: preparar vinte cartelas, divididas em 10 pares, cada uma delas tendo coladas ao fundo texturas diferentes (lã, seda, feltro, lixa, arroz, etc.). Os alunos com os olhos vedados devem procurar as cartelas pares. Vence quem conseguir o maior número de pontos. 


Para os alunos maiores uma sugestão é orientar para que organizem um “painel dos sentidos”, com informações gerais sobre a fisiologia e curiosidades específicas. 

Fonte:

Pesquisa e elaboração de conteúdos específicos para o tópico Filme

                                                 Sinopse: Primeiro da classe

Com emcionante atuação de Jimmy Wolk, o filme fala de um assunto seríssimo, porém ainda negligenciado e desconhecido pela sociedade, a Síndrome de Tourette.
síndrome de Tourette ou síndrome de 
la Tourette, também referida como SGT ou ST, é uma desordem neurológica ou neuroquímica caracterizada por tiques, reações rápidas, movimentos repentinos (espasmos) ou vocalizações que ocorrem repetidamente da mesma maneira. Esses tiques motores e vocais mudam constantemente de intensidade e não existem duas pessoas no mundo que apresentem os mesmos sintomas. A maioria das pessoas afetadas são do sexo masculino.
O filme mostra o preconceito que Brad Cohen (Jimmy Wolk) sofreu por toda a sua vida por fazer esses "barulhos" estranhos. As pessoas não entendiam, achavam que era uma brincadeira de mal gosto e o desprezavam e o castigavam por isso (inclusive o seu próprio pai o maltratava). Mas ele não se deixou abater e mostrou que era superior a qualquer tipo de preconceito e então resolveu dar aulas para crianças, coisa que ele amava e sempre sonhou 
em fazer. E se tornou o professor mais amado entre seus alunos. É um exemplo de superação! Em recompensa a tanto esforço, encontra uma moça que enxerga através de sua síndrome e vê apenas suas qualidades, mostrando que o preconceito não leva a nada e o amor quando é  verdadeiro supera tudo. O filme é baseado em uma história verídica, e é cheio de surpresas, muito emocionante!
Isso nos serve de lição para aprendermos a superar nossos problemas ( por maiores que sejam) e dar a volta por cima. E é bem instrutivo. Recomendo muito esse filme!

Imagens do filme




 Ficha técnica

Título no Brasil:  Primeiro da Classe
Título Original:  Front of the Class
País de Origem:  EUA
Gênero:  Drama
Tempo de Duração: 95 minutos
Ano de Lançamento:  2008
Direção: Peter Werner 

Elenco: Jimmy Wolk, Trest Williamas, Dominic Scott Kay, Sarah Drew, Kathleen York

Vídeos relacionados


Fontes

http://www.morangoacido.com/2011/04/sindrome-de-tourette-filme-o-lider-da.html
http://www.interfilmes.com/filme_v1_27346_Primeiro.da.Classe.html#Elenco








Sinopse: Entre os muros da escola

François e os demais amigos professores se preparam para enfrentar mais um novo ano letivo. Tudo seria normal se a escola não estive em um bairro cheio de conflitos. Os mestres têm boas intenções e desejo para oferecer uma boa educação aos seus alunos, mas por causa das diferenças culturais - microcosmo da França contemporânea - esses jovens podem acabar com todo o entusiasmo. François quer surpreender os jovens ensinando o sentido da ética, mas eles não parecem dispostos a aceitar os métodos propostos.

Imagens do filme



  


Ficha técnica


Título no Brasil:  Entre os Muros da Escola
Título Original:  Entre les murs / The Class
País de Origem:  França
Gênero:  Drama
Classificação etária: 12 anos
Tempo de Duração: 150 minutos
Ano de Lançamento:  2008
Estréia no Brasil: 13/03/2009
Site Oficial:  http://www.sonyclassics.com/theclas s
Estúdio/Distrib.:  Imovision
Direção:Laurent Cantet
Elenco: François Bégaudeau, Nassim Amrabt, Laura Baquela, Cherif Bounaïdja Rachedi, Juliette Demaille

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Fontes:



  


Pesquisa e elaboração de conteúdos para o tópico " Entrevista"



Entrevista Rubem Alves

Um dos mais importantes educadores brasileiros fala sobre a escola de hoje, a relação aluno-professor e uma alternativa para o vestibular. "Proponho sorteios", afirma

Rubem Alves é um consagrado escritor brasileiro, autor de livros como A Escola Com Que Sempre Sonhei e Ao Professor, Com o Meu Carinho. Importante pensador e crítico da Educação do nosso país, questiona o modelo clássico de ensino, no qual o professor se preocupa apenas em passar conteúdos aos seus alunos. "Esse modelo não funciona mais. [...] É preciso saber quais perguntas os alunos estão fazendo. O ensino tem a ver com a capacidade de fazer perguntas. Isso desenvolve a inteligência", defende. 

Para o também psicanalista e professor emérito da Unicamp, as escolas de hoje em dia estão muito desinteressantes, sobretudo porque não estão lidando com questões cruciais da vida das crianças, ou seja, não estão aproveitando o seu entorno. "As crianças têm interesse por aquelas coisas ao alcance de suas mãos. Não adianta trabalhar com abstrações", explica.
 

Defensor convicto do fim do vestibular, Rubem Alves propõe uma forma alternativa de selecionar alunos que querem ingressar numa universidade. "Eu proponho sorteios", radicaliza o educador, que logo explica: "Seria um exame nacional, do tipo Enem, para ver se os alunos atingem o mínimo de conhecimento. O exame teria, portanto, duas notas: passou ou não passou. Aqueles que tivessem passado por essa fase, iriam para o sorteio".
 

Mas por que um sorteio? Segundo ele, para eliminar a questão das cotas, uma vez que as minorias discriminadas teriam tanta chance quanto qualquer outro aluno. "As cotas criam muita raiva entre os que entraram assim e quem entrou por esforço próprio", finaliza.
 
Veja a seguir entrevista completa.

1. A escola hoje em dia é muito diferente para a criança?
Rubem Alves: A escola é chatíssima. Isso explica o desinteresse das crianças. Para se aprender, a gente tem que lidar com aquelas questões que são cruciais para a vida. As crianças têm questões que são cruciais para a vida delas. A escola não está lidando com elas. Não tendo interesse da escola, não há mágica para que os professores convençam os alunos a estudar. Com honrosas exceções - tem gente se esforçando para mudar isso - a norma é que as escolas são chatas.

2. O que as crianças deveriam aprender na educação básica?
Rubem Alves: O que deveria determinar o programa é o entorno da pessoa que vai aprender. Eu tenho de aprender o meu entorno. Veja uma coisa interessante: eu descobri que as crianças muito pequenas fazem mapas. Uma criança de dois anos faz mapas, o que é um negócio complicado. Na sua casa, ela não anda feito barata tonta, mas sabe perfeitamente qual corredor dá na sala, que dali você sai para a cozinha. Então ela está aprendendo o seu entorno, que é o círculo vital da criança.

3. A casa é um ambiente ideal para a aprendizagem?
Rubem Alves: Sim. Eu imaginei um programa que tomasse a casa como laboratório. Por exemplo, na sala, você aprende ângulos, linhas, proporções. Na cozinha, você aprende química. No banheiro, há lições fantásticas de ecologia, de ambiente. Eu aprendi isso viajando com meus filhos. Eles não tinham o menor interesse pelos cenários maravilhosos que passavam pela janela. Tinham interesse por eles mesmos no banco de trás, um brigando com o outro. As crianças têm interesse por aquelas coisas ao alcance de suas mãos. Não adianta trabalhar com abstrações. Eu fiz um livro que as crianças adoram chamado "Vamos construir uma casa?".

4. O concreto torna a aprendizagem mais agradável?
Rubem Alves: Muito mais agradável. Você vê as coisas, faz as coisas. Eu falo isso a partir da minha própria experiência. Quando era menino, aprendi a usar todas as ferramentas de casa. Pegue a questão da física, por exemplo. As fórmulas da força, da velocidade, da aceleração são uma abstração total. Se você pegar um prego, colocar sobre uma tábua, puser um martelo em cima e perguntar para uma garotinha: vai martelar? Ela vai dizer: não, precisa bater. Quando ela diz precisa bater, está anunciando a lei. A força é massa vezes aceleração. Então, eu penso em ensinar física mecânica com a caixa de ferramentas, que é uma coisa que tem na casa. Por que não se trabalham os materiais que existem numa casa?

5. A escola como único ambiente educacional é limitante ao aluno?
Rubem Alves: Em São Paulo, há um exemplo típico disso: o projeto Aprendiz, do Gilberto Dimenstein. As crianças aprendem nas ruas, nas coisas que estão ao redor dela. Uma das razões para você ter escola é a razão administrativa. É um lugar onde você põe a carneirada toda e trabalha com todos eles ao mesmo tempo. Não é uma razão pedagógica. Agora se você quer aprender sobre a fazenda, tem que ir até lá, colocar a mão na terra, mexer com as plantas. É preciso ir ao lugar para conhecer, porque a escola, querendo ou não, é um ambiente artificial. A vida não está acontecendo lá.

6. Os professores deveriam ouvir mais os alunos e não apenas impor aquilo que está na grade curricular?
Rubem Alves: O Bruno Bettelheim foi um dos grandes educadores do século passado. Quando estava bem velho, numa entrevista, disse que os professores na escola dele tentavam ensinar aquilo que eles queriam ensinar, do jeito que eles queriam ensinar, mas ele não queria aprender. O aluno precisa se sentir respeitado pelo professor. É uma questão fundamental. A minha imagem de professor é ele falando e os alunos quietos. O professor está sempre dizendo "silêncio, silêncio". É preciso saber quais perguntas os alunos estão fazendo. O ensino tem a ver com a capacidade de fazer perguntas. Isso desenvolve a inteligência. Seria bom que isso fosse ensinado nas faculdades de pedagogia e educação.

7. Como preparar melhor o professor?
Rubem Alves: A alma de tudo é o professor. Não adianta programas novos, novas leis, se o professor tiver a cabeça velha. Em nosso modelo clássico, o professor é aquele que sabe a matéria. Ele vai cobrar a matéria. Esse modelo não funciona mais. O professor tem que ser aquele que pergunta, que está junto com os alunos. Não dá respostas, mas provoca os alunos para ver se eles pensam por conta própria.

8. O sistema de repetência nas escolas é eficiente?
Rubem Alves: Repetir um ano inteiro porque você fracassou em uma disciplina, ou duas, é um castigo muito grande, você não acha? Não tem o menor sentido. Mas eu não concordo com o sistema de aprovar todo mundo, de qualquer maneira. Apesar disso, o sistema de repetência é cruel e antipedagógico, além de causar irritação nos alunos.

9. Como incentivar a leitura em uma criança?
Rubem Alves: Às vezes as pessoas me perguntam o que fazer para adquirir o hábito da leitura. Eu digo nada, porque hábito tem a ver com escovar dente, cortar unha, tomar banho. É algo que você faz mecanicamente. É preciso, no entanto, desenvolver o prazer da leitura. Eu tive um professor de literatura, um sujeito extraordinário, que chegou na classe um dia e falou: vocês não precisam se preocupar com presença, quem não quiser assistir aula, não precisa. Ninguém se preocupe com passar de ano, todos vocês já passaram de ano. E por fim, completou: agora que essas questões irrelevantes foram resolvidas, vamos tratar do que importa, que é a literatura.

Ele não ensinava as escolas literárias, análise sintática. Contava as grandes histórias da literatura mundial, com uma paixão comovente. Ele nunca pediu para a gente ler. Eu só me dei conta disso depois de velho. Ele sabia que, se a gente fosse ler, ia odiar a literatura por uma razão muito simples: não sabíamos ler. A gente sabia juntar letras. A minha sugestão é que os professores leiam para os alunos. Assim eles vão ter prazer pela leitura. Ler é uma arte tão complicada quanto tocar piano. O professor tem que dominar a técnica da leitura para surfar em cima das palavras. É preciso que as prefeituras organizem programas de leituras.

10. Você concorda com os livros que normalmente são indicados para o vestibular?
Rubem Alves: Quando você diz que um livro vai ser objeto de exame, já estragou a leitura do livro. A leitura é um exercício de vagabundagem. O aluno não pode ficar tomando anotações e pensando o que vai cair na prova. Outro problema é que quando fazem as listas de livros para o vestibular, começam a surgir resumos das obras. Em vez de ler o livro, o aluno lê o resumo. É a mesma coisa de fazer um resumo da Nona Sinfonia. Um livro não pode ser resumido.

11. Você já chegou a defender o fim do vestibular. Qual seria a alternativa para o aluno ingressar numa universidade?
Rubem Alves: Agora está aparecendo uma alternativa, eu fiquei muito feliz com isso. Mas a minha proposta é um pouco mais radical. Eu proponho sorteios. Seria um exame nacional, do tipo Enem, para ver se os alunos atingem o mínimo de conhecimento, sem ser classificatório. O exame teria, portanto, duas notas: passou ou não passou. Aqueles que tivessem passado por essa fase, iriam para o sorteio. O sorteio eliminaria a questão de cotas porque as minorias discriminadas teriam tanta chance quanto o outro. As cotas criam muita raiva entre os que entraram assim e quem entrou por esforço próprio. Se houver sorteio, esse problema não existirá.

12. E quem não for sorteado?
Rubem Alves: Isso é inevitável. Alguns vão ficar de fora. E vai haver injustiça, mas uma injustiça menor do que a que existe agora. A que existe agora começa pela deformação do processo de pensamento.

Pais e professores precisam se queixar menos e cooperar mais para sucesso acadêmico das crianças e adolescentes


       A relação entre pais e professores está longe de ser harmoniosa. E o problema não está circunscrito ao Brasil. Em 2011, o professor americano Ron Clark publicou um artigo em tom de desabafo no site da rede de TV CNN intitulado "O que os professores realmente querem dizer aos pais". O texto se tornou o segundo mais compartilhado no Facebook naquele ano e encorajou o debate: afinal, por que há tantos conflitos entre família e escola? A psicóloga australiana Kimberley O'Brien, especialista no tema escola e família, dá pistas para a solução do problema: "Uma relação saudável exige tempo e dedicação de pais e professores, mas nem sempre ambos estão dispostos a fazer esse investimento", diz a especialista, que está no Brasil para participar do congresso Educar/Educador, em São Paulo. "Os dois lados, pais e professores, precisam entender que os esforços têm de ser compartilhados. Com mais trabalho e menos reclamação, os resultados aparecem." Confira a seguir a entrevista que a psicóloga concedeu ao site de VEJA.
    Afinal, por que a relação família-escola é tão desgastada? Uma relação saudável exige tempo e dedicação de pais e professores, mas nem sempre ambos estão dispostos a fazer esse investimento. Muitas vezes, os pais esperam que a escola estabeleça as vias desse relacionamento, mas os professores não podem fazer isso sozinhos por falta de tempo e recursos. Minha experiência profissional mostra o quanto esse impasse pode gerar stress, fadiga e uma lista interminável de reclamações. Os dois lados precisam entender que os esforços têm de ser compartilhados. Com mais trabalho e menos reclamação, os resultados aparecem.
    O que a ciência diz sobre a participação da família no processo educacional de crianças e adolescentes? As pesquisas no campo da psicologia emocional mostram que deve haver consistência no relacionamento entre escola e família para que a criança sinta que existe estabilidade nos dois campos. A ligação do estudante com o ambiente escolar aumenta quando há envolvimento dos pais em atividades como leitura e deveres de casa em geral. Quando o irmão mais novo assiste à participação dos pais nas atividades escolares do mais velho, se sente muito mais seguro de ir para a escola pela primeira vez. Já os jovens que sentem que seus pais interagem com seus professores têm menos chances de largar a escola e, assim, ganham motivação.
    Quais as consequências quando a relação entre família e escola desanda? Ao contrário do que se possa imaginar, as crianças e adolescentes detectam muito rapidamente quando pais e professores entrem em conflito. Se o jovem sente que sua família não está comprometida com a escola ou com os docentes, passa a questionar sua dedicação à instituição. Isso afeta seu desempenho escolar e sua relação com o ambiente escolar.
    O que pode ser feito por parte dos pais para evitar situações como essa? Em primeiro lugar, eu sempre recomendo aos pais muita pesquisa antes de escolher a escola em que seus filhos vão estudar. Eles precisam estar bastante seguros de que aquela é a unidade que se enquadra em suas expectativas. Isso minimiza muito as chances de conflitos ao longo da vida acadêmica. Se, mesmo assim, as divergências aparecerem, a orientação é procurar a direção da escola e os professores para uma conversa franca. Trocar o filho de escola não é recomendado em situações como essa. Deve ser o último recurso a ser considerado pelos pais.
    Como devem agir os professores? É necessário estabelecer um canal confiável de comunicação. Para isso, é preciso criar oportunidades de encontro semanais, por exemplo, para oferecer suporte às famílias. Muitas escolas acham que isso toma muito tempo, mas os benefícios no longo prazo são comprovados. Outra técnica muito pouco praticada é dividir tarefas entre os estudantes. Quando o professor dá para a criança uma responsabilidade, como desligar os computadores da sala ou zelar pelo material esportivo, isso aumenta o sentimento de orgulho por parte dos pais e ajuda a aumentar a confiança que a família deposita na escola.
    Melhorar as relações entre família e escola é uma preocupação universal? Certamente. Em todos os cantos do mundo, os pais tiram seus filhos de casa para enviá-los à escola. Em alguma medida, esse conflito aparece em todos os países. 

Fonte: