quinta-feira, 30 de maio de 2013

Pesquisa e elaboração de conteúdos para tópicos "Reportagens"




O que é música?


A música está intimamente ligada às tradições e à cultura das sociedades na história. Compreender esta linguagem é chave para construir a sensibilidade
No dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, o termo música é definido como a arte de se exprimir por meio de sons, seguindo regras que variam conforme a época e a civilização. No âmbito da Educação Musical, contudo, a música deve ser entendida como linguagem artística, imprescindível para a formação humana dos alunos. As composições, interpretações e improvisações que comumente chamamos de "músicas" são, na verdade, produtos desta linguagem. Aprender música na escola significa, portanto, aprender a se expressar por meio dos sons e desenvolver habilidades como o canto, a execução instrumental, a audição e a improvisação sonora. O desafio, agora, é considerar toda essa diversidade da produção musical brasileira e mundial (que está em discos, filmes, na internet, nas canções, ou no som puro da voz e dos instrumentos) e leva-la para a sala de aula de maneira planejada. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte, para que a aprendizagem de música faça sentido na formação cultural e cidadã dos alunos desde as séries iniciais, é necessário que todos tenham oportunidades para participar ativamente como ouvintes, intérpretes, compositores e improvisadores de sequências rítmicas, dentro e fora da sala de aula. Diz o documento: "A escola pode contribuir para que os alunos se tornem ouvintes sensíveis, amadores talentosos ou músicos profissionais. (...) Ela pode proporcionar condições para uma apreciação rica e ampla, onde o aluno aprenda a valorizar os momentos importantes em que a música se inscreve no tempo e na história". A música já é um conteúdo obrigatório em toda a Educação Básica, ministrado por professores especialistas ou unidocentes. É o que determina a Lei nº 11.769, de 18 de agosto de 2008, que acaba de entrar em vigor. Cabe aos educadores organizar as aprendizagens fundamentais da linguagem musical para que os alunos construam conhecimento crítico e sensível, para além da vivência de jogos musicais e das aprendizagens da escrita musical - que, evidentemente, integram um bom planejamento do ensino de música até o final do Ensino Fundamental.
É importante que as crianças entendam a música como uma modalidade artística de expressão das sociedades em diferentes épocas e lugares O contato com a música é imprescindível desde os primeiros anos da Educação Infantil. A partir do 1º ano do Ensino Fundamental, no entanto, é possível propor que as crianças comecem a compreender a música enquanto linguagem dotada de sentido, uma forma de expressão dos povos em diferentes épocas e lugares. Por isso, no trabalho com as séries iniciais é fundamental que se apresentem obras de diversos artistas e gêneros, produzidas em períodos distintos da história - desde a música barroca, por exemplo, até as canções do nosso folclore regional, parlendas e cantigas de roda. A formação do repertório (que influi diretamente na construção do gosto da criança) passa pela audição de músicas dos mais diferentes tipos, pela experimentação de apresentações musicais e artísticas de comunidades e pela apreciação da produção musical de diferentes regiões do país, consideradas em sua diversidade. Nas séries iniciais, as crianças precisam se familiarizar com diferentes ritmos e estilos e compreender a importância da música para as civilizações. Por isso, você deve colocar a turma em contato com diferentes fontes de registro e preservação da produção sonora, como as partituras e os discos, por exemplo. É essencial que as crianças conheçam os recursos disponíveis para ter acesso e divulgar a música em diferentes espaços. Outro ponto importante é propor situações para que, até o final do 2º ano, os alunos possam reconhecer a forma, o som e algumas características comuns aos diferentes instrumentos. Abra espaço nas aulas para que as crianças tragam as músicas e os instrumentos que conhecem. Uma boa atividade é montar um painel na sala com as imagens dos instrumentos, agrupados pelas famílias - cordas (violino, viola, violoncelo, contrabaixo), madeiras (flautas, oboés, fagotes), metais (saxofone, trompete, trompa, trombone) e percussão (chocalhos, tambores, triângulos, xilofones) - ou pelo som - instrumentos de som grave e de som agudo, por exemplo. Usar instrumentos de verdade nas aulas também é muito importante. Mesmo que você não saiba tocá-los, você pode convidar um músico para ir à escola fazer uma demonstração. Outra alternativa é usar discos que mostrem o som dos instrumentos. Vale lembrar: as aulas de música, mesmo quando ministradas pelo professor unidocente, não devem ser pautadas apenas pelas canções de comando, como "meu lanchinho, meu lanchinho...", ou pelas datas comemorativas. É preciso que as criançascompreendam a importância da linguagem musical para a expressão humana.

Introdução à música na escola

Entre as linguagens artísticas, a música é uma das mais acessíveis e presentes no cotidiano dos alunos. A escola, no entanto, tem um papel muito importante no contato da criança com esse tipo de manifestação cultural. A ela, cabe garantir que se tome consciência dos elementos que fazem parte da linguagem musical (o som e o silêncio, os diferentes timbres dos instrumentos, a noção de ritmo, etc): conteúdos de uma iniciação à música.
A esse aspecto, a especialista em ensino de Arte Isabel Graciano relaciona outros. "Fazer música em grupo é uma vivência à qual muitas crianças só têm acesso no ambiente escolar", diz ela. "Além disso, é função do professor ampliar o repertório de ritmos e estilos musicais dos alunos." 



Fonte
http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/musica-1o-2o-anos-640283.shtml?page=8.4
http://www.youtube.com/watch?v=VmM4sDAEkE4 




Como transformar o Brasil em um país de leitores?


Não é por que o livro é caro, nem por que faltam bibliotecas: os brasileiros que não leem alegam desinteresse e falta de tempo. Essa é uma das conclusões do seminário "Por um país de leitores: mobiliza, Brasil". Realizado em abril no SESC Vila Mariana pela Fundação Itaú Social em parceria com o Cenpec (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária), o seminário deixou claro que a formação de leitores é o grande obstáculo que nos separa de uma nação leitora.

Apesar de acreditar-se que a leitura é um hábito importante para a formação do indivíduo, são poucos os brasileiros que efetivamente leem. O diretor regional do SESCSP, Danilo Miranda, resumiu o desafio: "para incentivar a leitura, é preciso que livros sejam incorporados aos nossos interesses, é preciso incentivar não só crianças e jovens, mas também adultos para que leiam".

O problema do acesso ao livro foi praticamente superado com o esforço do poder público em instalar bibliotecas. De acordo com o Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (SNBP), 99% das cidades possuem ao menos uma biblioteca.

Dados da pesquisa "Retratos da Leitura no Brasil", também apresentada no evento,  mostram que apesar de 67% dos entrevistados saberem da existência de uma biblioteca pública em sua cidade, apenas 24% deles dizem frequentá-las e só 12% usam seu espaço para ler. "Se temos a ideia de que a biblioteca é um lugar chato, também pensaremos que o livro é chato", refletiu Jéferson Assunção, secretário adjunto da Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul.

O Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL) é a principal ação do governo federal para transformar o Brasil em um país de leitores. Entre suas metas estão: zerar o déficit de bibliotecas públicas, informatizar equipamentos, oferecer cursos de formação para mediadores de leitura, realizar feiras e eventos literários, entre outros.

"Definitivamente, o poder público não tem a leitura como um bem", diz a diretora do programa Livro, Leitura e Literatura, da Fundação Biblioteca Nacional, do Ministério da Cultura (MinC), Maria Antonieta Cunha. Ela atentou para a falta de vontade política das instâncias públicas no assunto: "O discurso existe, é politicamente correto, mas não se realiza como prática".

Como cativar leitores?
Na complexa tarefa de conquistar adeptos ao hábito da leitura, diversas necessidades apareceram na discussão. Confira algumas:


1. Incentivo e exemplo da família
Os resultados da pesquisa "Retratos da Leitura no Brasil" mostraram que o professor ultrapassou a figura da mãe como ator que mais influencia os leitores a lerem. Os pais estão em terceiro lugar. Além disso, 93% leem em casa, por isso, o bom exemplo dos pais diante dos filhos é importante. 


A diretora-presidente do Cenpec (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária), Maria Alice Setubal, contou que seu interesse pela leitura começou com sua mãe. "Tive o privilégio de ter uma mãe que era uma grande leitora, lembro de ela ler os livros de Monteiro Lobato... Eu e meus imrãos também ficávamos fascinados com as histórias que minha mãe contava sobre os livros que ela lia", revelou. 



"Quem é inoculado com o hábito de ler para seu filho sente-se extremamente gratificado", emendou o vice-presidente da Fundação Itaú Social, Antonio Matias. "É um momento que pode ser transformador na vida das pessoas, uma experiência muito prazerosa e extremamente importante", conclui. 



A relação afetiva e de exemplo também é muito importante. A pesquisa também confirmou o que já sabíamos: quem viu mais a mãe lendo lê mais. Quem ganhou livros quando criança lê mais. 


2. Alfabetização na idade correta
Leitura e alfabetização estão intimamente ligadas. "Não conseguimos alfabetizar as crianças na idade correta", lamentou Maria Alice Setubal, diretora-presidente do Cenpec (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária), "ainda não cumprimos essa tarefa básica e dela depende o desenvolvimento da paixão pela leitura." 


A criança que lê desde cedo possui uma condição de alfabetização e aprendizagem superior. A falta do hábito de leitura está entre as causas da dificuldade de aprendizagem, o que pode levar, no futuro, à evasão no Ensino Médio, um dos grandes problemas da Educação brasileira. Além disso, como cativar leitores se eles não compreendem direito o que leem? "É impossível imaginar o desenvolvimento de um cidadão se ele não puder aprender sempre", reforçou Antonio Matias, vice-presidente da Fundação Itaú Social.


3. Qualificação de bibliotecas e bibliotecários
33% dos 164,8 milhões de brasileiros que não frequentam bibliotecas responderam que nada os faria passar a frequentá-las. Adriana Ferrari, da secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, acredita que a biblioteca precisa oferecer atividades diferentes e preparar sua equipe para estimular a leitura. "Há o mito de que a biblioteca é um espaço modorrento, mas quantas de fato são organismos vivos dentro das suas comunidades?", provocou. 


O seminário trouxe o exemplo da elogiadíssima Biblioteca Pública do Acre, reinaugurada em 2008. Por seu ambiente agradável e interativo, tem conseguido atrair grande número crescente de visitantes acreanos.


4. Projetos de incentivo à leitura
Quando a família e a escola não cumprem o papel de formar leitores, os projetos privados ou públicos ganham destaque na tarefa de conquistar adeptos para a leitura. 


Fonte:

Interdisciplinaridade na Formação do Professor

Projetos      



        

       
                                               
                                                             
                                                                 


Reescrita de textos literários na 
alfabetização inicial
Catia Eliane Nicolachik investiu em literatura de qualidade e no acompanhamento individual para ampliar a alfabetização das classes


Eles não são escritores profissionais. Pelo contrário, são iniciantes no mundo das letras. No entanto, reescreveram um clássico da literatura infantil e passaram por algumas das principais etapas de produção de um livro: redação do texto, revisão, ilustração e até uma tarde de autógrafos. O desafio foi proposto pela professora Catia Eliane Nicolachik para as suas duas turmas do 1° ano da EM Ayrton Senna, em Itapoá, a 220 quilômetros de Florianópolis. E, apesar de estarem em processo de alfabetização, os alunos não foram subestimados. No repertório de leitura, nada de livros curtos ou ingênuos: somente literatura de qualidade. 

A proposta desenvolvida por Catia tem um bom planejamento e objetivos didáticos claros: desenvolver procedimentos de leitura, escrita e revisão com base nos contos de fadas, especificamente
 Chapeuzinho Vermelho. Cada turma deveria produzir um livro para a mostra cultural que seria posteriormente doado à biblioteca da escola. 

Antes de escolher a história a ser reescrita, os pequenos tiveram contato com versões tradicionais, como a dos irmãos Jakob (1785-1863) e Wilhelm Grimm (1786-1859) e a de Charles Perrault (1628-1703), e outras contemporâneas, como a de Guimarães Rosa (1908-1967) e a de Chico Buarque de Holanda.
 

Catia também se apoiou nos contos para levar a classe a refletir sobre o sistema de escrita. Propôs atividades, por exemplo, com o nome dos personagens e o título das histórias. Os alunos puderam escrever da forma que sabiam até então e com isso ela criou as condições ideais para que eles aprendessem.
 

O avanço das crianças é inegável. Quando o projeto teve início, 30 dos 40 estudantes não eram alfabéticos. No fim do trabalho, que durou quatro meses, apenas 13 ainda não estavam alfabetizados, mas haviam avançado consideravelmente.

Sem medo do Lobo Mau


A empolgação tomou conta da classe quando Catia começou o projeto e contou a história de Chapeuzinho Vermelho. Os alunos demonstraram que já conheciam o conto, mas com algumas variações. Sinalizaram, por exemplo, que em algumas versões não há o personagem caçador, e sim lenhador, e que nem sempre a barriga do lobo é aberta. Mas, quando ela aproveitou a animação e solicitou que eles reescrevessem individualmente a história, muitos acharam a tarefa difícil demais. 

Para orientá-los, a professora organizou um reconto coletivo e registrou os principais episódios no quadro. A próxima atividade foi em duplas. Aqueles que ainda não se sentiam à vontade para escrever foram auxiliados por Catia, que assumiu a figura de escriba. Essa primeira parte do processo serviu como um diagnóstico, já que as crianças demonstraram seus conhecimentos em relação ao enredo da história e também em qual hipótese de escrita estavam. Tendo as produções em mãos, ela tabulou os resultados para apontar quais haviam utilizado título, pontuação e espaçamento e conseguido ordenar a sequência de fatos.
 

Segundo a professora, registrar cada passo do projeto e digitar os textos foram as principais dificuldades e muitas vezes ela precisou levar trabalho para casa. "Nem sempre as horas de atividades extraclasse são suficientes para isso. É difícil conciliar o projeto com o planejamento dos conteúdos que são levados paralelamente", lembra.
 

A qualidade dos registros feitos ao longo do projeto foi destacada por Denise Guilherme da Silva, selecionadora do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10. Ela ficou surpresa com o volume de texto que os alunos produziram, mesmo sem saber escrever convencionalmente. "Esse trabalho foi fundamental para a realização do projeto. Isso possibilitou que a professora acompanhasse de perto o desenvolvimento de cada um", comenta.
 

Do ponto de vista didático, trabalhar com a reescrita de histórias é imprescindível, pois a leitura permite que a turma entre em contato com as características da linguagem que serão necessárias para a produção de texto. "A grande vantagem de aproveitar uma narrativa conhecida, em vez de criar uma, é que as crianças não precisam inventar e podem se concentrar em outros aspectos dessa complexa atividade que é escrever", comenta a argentina Cinthia Kuperman, que atua na equipe de Práticas da Linguagem da Direção de Currículo da Secretaria de Educação de Buenos Aires, na Argentina.
 

 Pequenos leitores, grandes autores 

"Se tivesse de eleger o principal critério para escolher os livros que serão trabalhados nas escolas, responderia que são aqueles imprescindíveis, que não caem no esquecimento e permitem aos alunos debater o tema com outros leitores dessas mesmas histórias", recomenda Cinthia. De acordo com ela, uma boa seleção envolve pensar em que leitores se quer formar e no percurso que eles já fizeram em relação à leitura.
 

Catia segue à risca essa recomendação e o repertório escolhido por ela foi decisivo para que o projeto tivesse êxito. "A professora não nivela por baixo e demonstra que é possível trabalhar uma literatura de qualidade mesmo com os pequenos", reforça Denise. Ao produzirem seus textos, as crianças se apropriaram do vocabulário e de aspectos específicos do universo dos contos. Muitas delas mencionaram, por exemplo, o enorme lobo de olhos brilhantes relatado pelos irmãos Grimm.
 

Após ter contato com inúmeras versões, os alunos apontaram no quadro os diferentes autores e compararam título, a figura salvadora e o local onde a história ocorre. "Ao analisar
 Chapeuzinho Amarelo, de Chico Buarque, muitos argumentaram que a narrativa ocorre em um apartamento, e não em uma floresta ou um bosque", lembra Catia. 

Cada turma escolheu a versão que iria reescrever. A da manhã optou por
 Chapeuzinho Preto, de José Roberto Torero e Marcus Aurelius Pimenta. A preferida da classe da tarde foi Uma História Atrapalhada, de Gianni Rodari (36 págs., Ed. Biruta, tel 11/3085-0233, 36 reais). Em um novo momento de reescrita coletiva, nasceram os textos que figuram na versão final do livro, revisados também com o grupo todo. 

Antes de encerrar o trabalho sobre Chapeuzinho, houve mais uma atividade em duplas formadas intencionalmente por alunos com hipóteses de escrita semelhantes. Após a produção, Catia inovou na maneira de realizar a revisão do enredo. Digitou cada um dos textos, deixando lacunas para que eles completassem com informações que ficaram de fora. Para realizar a tarefa, foi preciso retomar a leitura e discutir sobre aquilo que estava faltando. Além da revisão do enredo, a turma se debruçou sobre aspectos como a pontuação e a eliminação de palavras repetidas.
 

Como explica Delia Lerner em
 Ler e Escrever na Escola: O Real, o Possível e o Necessário (128 págs., Ed. Artmed, tel 0800-7033444, 39 reais), ao aprofundar o aprendizado sobre esse tema, o professor contribui para a formação de escritores "conscientes da pertinência de emitir certo tipo de mensagem em determinado tipo de situação social". Quando se desenvolve a capacidade crítica sobre a produção textual desde os primeiros anos na escola, evita-se um problema que Delia denuncia ainda ser recorrente: os alunos acreditarem que "a escrita foi concluída quando se pôs o primeiro ponto final na primeira versão", ou ainda que compete "a outra pessoa - o professor, não o autor - se encarregar da revisão".

Ler para aprender a desenhar



Antes de chegar a tarde de autógrafos, ainda havia muito a fazer. Era preciso pensar nas ilustrações do livro e, para que os estudantes escolhessem a técnica a ser usada, Catia utilizou a mesma estratégia aplicada aos textos: selecionou um repertório com bons modelos, nos quais eles pudessem se apoiar. 

A professora, que é fã de artistas como Ziraldo, levou vários livros infantis (não apenas de contos de fadas) com diferentes técnicas de ilustração, baseadas no uso de massinha, bordado, recorte, colagem e desenho. Essa última foi eleita para ilustrar os dois livros. "O resultado foi muito bom. Os alunos fizeram desenhos ricos em detalhes, com ângulos pouco convencionais, como o lobo de perfil", comenta Denise.
 

O trabalho de Catia é mais um exemplo do quanto o uso de livros infantis bons e adequados pode fazer a diferença. A jornalista Graça Ramos, mestre em Literatura Brasileira e doutora em História da Arte, explica em
 A Imagem nos Livros Infantis - Caminhos para Ler o Texto Visual (173 págs., Ed. Autêntica, tel 0800-2831322, 39 reais) que, ao escolher uma obra, o professor deve levar em conta a qualidade, e não a quantidade de ilustrações. Entre as características que a especialista aponta para uma boa ilustração estão as suas diferentes funções, como a de reiterar, contradizer, ampliar ou sugerir aspectos que não estão explícitos no texto. "As imagens podem reafirmar, negar, expandir ou propor uma visualidade nova para o que está dito com as palavras", afirma. 

Na avaliação de Rosa Iavelberg, docente da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) e selecionadora do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10, um bom livro é aquele que articula tanto as competências artísticas quanto as literárias. "Cada linguagem colabora para a construção da narrativa. Ela não é só textual ou falada, mas também visual", defende.
 

Deve-se fugir de ilustrações que infantilizem os leitores, que se limitem a fazer correspondência com o texto literal, com imagens estereotipadas ou clichês. "Com isso, é possível criar as condições para que o aluno se torne um leitor exigente em relação à articulação do texto e da imagem", pondera Rosa. Catia conta que hoje as crianças sabem valorizar as ilustrações. "Após tantas referências, para eles é importante identificar não só o autor mas também o ilustrador de cada livro", diz a docente.
 

Produzir uma história do começo ao fim, cumprir várias etapas de revisão e ilustração não é uma tarefa simples para aqueles que estão em processo de alfabetização, mas a professora conseguiu garantir os estímulos necessários para que a tarefa fosse concluída com bastante sucesso. "Saber que o livro seria lido pelos pais e colegas foi fundamental. Eles se empenharam muito. É muito diferente de escrever por escrever", orgulha-se Catia.




Projeto "Brincando no escuro" 


O projeto se desenvolve a partir de jogos, leitura, brincadeiras, confecção de materiais didáticos, conscientização de solidariedade, através de experiências, vivência e reflexão da realidade dos deficientes visuais. Todas as atividades propostas têm o intuito de ser inclusiva, podendo ser adaptáveis para os deficientes visuais, trazendo assim a interação prazerosa e construtiva no final do projeto.

Público alvo: 4º ano / 8 – 9 anos / Ensino fundamental I

Justificativa: Na sociedade atual, onde se fala de inclusão em todos os âmbitos, é necessário que a escola cumpra com o seu papel de transformadora e de formadora, atendendo à proposta da  LDB , em seu artigo 12 : "os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de elaborar e executar sua proposta pedagógica".Sendo assim, no que se refere à inclusão, a escola deve elaborar sua proposta pedagógica de forma a atender o aluno com necessidades educativas especiais dentro dos critérios de crescimento intelectual, social e humano. Portanto a proposta pedagógica precisa buscar alternativas que possibilitem preparar estas pessoas para exercer sua cidadania com dignidade, bem como “sua inserção no mercado de trabalho” (art. 2º - LDBEN).


Objetivos Gerais:
       Desenvolver práticas que promovam o desenvolvimento e a prática da cidadania.

Objetivos específicos:


  •   Desenvolver a cidadania (Cooperação, Sinceridade, Respeito, Diálogo, Solidariedade, Não agredir, Bondade) a partir das atividades.
  •      Buscar a modificação da sociedade através do projeto
  •      Incentivar a participação de todos neste processo
  •      Aguçar a criatividade do aluno em aprender mais sobre o processo inclusivo
  •      Garantir a socialização de todos
  •     Interagir nos jogos simbólicos, como no desenvolvimento de materiais didáticos adaptáveis.
  •      Participar dos jogos de regras, como futebol, dama e compreender as regras e os objetivos.
  •     Interpretar as leituras e através da confecção do livro de textura, expressar seus sentimentos diante da situação abordada.
  •      Apropriar de conhecimentos Matemáticos e raciocínio lógico.
  •     Compreender a importância dos sentidos .
  •     Desenvolver habilidades artísticas, na confecção de materiais adaptáveis, como livros de textura e dominó

Recursos: livros, gibis, folha sulfite, papel camurça, tinta relevo, lixa, papel ondulado, espuma, EVA, miçangas, cartolinas, lápis de cor, canetinha, papel cartão, tampinhas de garrafas, algodão, cola, tesoura, copo descartável, colheres descartáveis, frutas diversas, bola, tecido, Música “Os sentidos” (Hi 5), Pó de café,Controle remoto e CD com som de água, tecido, feltro e fósforo.

Cronograma:

·             Todas as segundas-feiras do mês de abril, nas aulas de Educação Artística, confeccionaremos os jogos de dama adaptáveis e faremos pintura com olhos vendados.


·               Todas as sextas-feiras do mês de abril, nas aulas de Língua Portuguesa, trabalharemos com as leituras e confecção do livro de textura.
·                Todas as quartas-feiras do mês de maio, nas aulas de Matemática, trabalharemos os jogos de dominó, com atividades de cálculos e raciocínio lógico.

·                Na última semana do mês de maio, trabalharemos nas aulas de ciências, os Órgãos do sentido.
·                Na segunda e terceira quinta-feira do mês de maio, nas aulas de Educação física, praticaremos o futebol adaptável. 

·                Na primeira sexta-feira do mês de junho, faremos uma visita à escola para deficientes visuais.

·                Na primeira segunda-feira do mês de junho, teremos avaliação.



Desenvolvimento:

Aula de Artes
1º etapa: Iniciar a atividade com uma roda de conversa e perguntar para as crianças se alguém sabe o que são jogos adaptáveis. Explicar e escutar as sugestões de jogos. Após Organizar as crianças em grupos de quatro e entregar para cada um materiais a serem utilizados, ajude-os a desenvolver idéias para o jogo de dama para que o deficiente visual também possa jogar. Após a decisão do grupo, guardar em caixas nomeadas os materiais para a próxima aula.
2º etapa: Organizar os grupos já definidos e iniciar a confecções dos jogos, como cada grupo propôs após cada aula guardar com cuidado os materiais.
3º etapa: Organizar os grupos e finalizar as confecções dos jogos e tirar fotografias para expor na sala.
4º etapa: Fazer uma roda no chão da sala de aula, ler o gibi da Turma da Mônica, a história de Louis Braille, com a personagem Dorinha, uma deficiente visual e após dar uma folha sulfite e lápis de cor e canetinha para cada aluno, e explicar que o desenho que eles quiserem fazer, terá que ser produzido de olhos vendados e com muito cuidado e dedicação. Acabando a atividade, podem expressar as dificuldades e seus sentimentos perante a essa atividade. A professora recolherá os trabalhos.
5º etapa: Rever o conhecimento que foi passado nas aulas, e fazer um painel com as fotografias e os desenhos para expor na sala de aula.


Aula de Língua Portuguesa

1° Etapa: Forme grupos de 4 pessoas e distribua o texto:


“Uma amiga diferente”. 

Era uma vez uma joaninha que nasceu sem bolinhas, por isso ela era diferente.
As outras joaninhas não davam "bola" para ela, cada qual com suas bolinhas.
Viviam dizendo que ela não era uma joaninha.
A joaninha ficava triste, pensando nas bolinhas e no que poderia fazer... 
Comprar uma capa de bolinhas? Ou quem sabe ir embora para longe, muito longe dali.
Ela pensava e pensava, mas sabia que não seria as bolinhas que iriam dizer se ela era uma verdadeira joaninha.
Então, ela resolveu não dar mais importância ao que as outras joaninhas pensavam e continuou sua vida de joaninha sem bolinhas!
Até que um dia as joaninhas reunidas resolveram expulsa-la do jardim. Sabendo que ela era uma autêntica joaninha, mesmo sem bolinhas, teve uma idéia...
Contou tudo para o besouro preto, que é parente distante das joaninhas. Ambos decidiram ir à casa do pássaro pintor e contar à ele tudo que acontecia.
O pássaro pintor então teve uma idéia, pintou com capricho o besouro que ficou parecendo uma joaninha de verdade.
E lá se foram os dois para o jardim: a joaninha sem bolinha e o besouro disfarçado.
No jardim ninguém percebeu a diferença, e com festa receberam a nova joaninha.
A joaninha sem bolinhas que tudo assistia de uma folha, pediu um minuto de atenção e limpando a pintura que disfarçava o besouro preto disse:
-E então, quem é a verdadeira joaninha?


            Logo após a leitura dos alunos faça uma roda para que os grupos apresentem suas idéias. Nas aulas seguintes os alunos vão aprender sobre o alfabeto em braile. O grupo que apresentaram suas idéias sobre o texto vai desenvolver o livro de texturas, trabalhar a sensibilidade tátil e sinestésica, a distribuição de cores e principalmente as texturas. A cada página o aluno encontra uma nova ilustração que permitirá o aluno vivenciar várias sensações táteis, o que serve como estímulo para manusear o livro. A história se apresenta na página direita e a ilustração com texturas na página esquerda, um livro que poderá ser usado para deficientes físicos e para alunos sem nenhuma deficiência. Descrição do livro: Este livro apresenta ilustrações que fornece estímulos com diferentes texturas, feitas em alto relevo, com lã, papéis lisos, bolinhas de papel e palitos de fósforo. A parte inferior de cada folha possui um palito colado de forma que facilite ao aluno, virar a página.

Aula de Matemática

1° etapa: O jogo a ser jogado nesta aula chama-se DAMÁTICA (dama + matemática) que já foi confeccionado na aula de Artes. A professora irá fazer uma breve explicação do jogo e anexarão as regras no mural, que são as seguintes:
1° O jogo é composto por um tabuleiro de textura, onde as partes brancas estarão enumeradas. São 24 peças, sendo 12 de cada cor (encapadas com feltro e texturas) e em cima de cada uma terá as operações matemáticas (+, -, x).
2° Toda vez que o jogador avançar de casa terá que resolver uma operação que irá de acordo com a peça que o mesmo decidiu movimentar (como indica no desenho abaixo).
No mural vai ser colocado um cartaz (produzidos pelos alunos) que indicará os vencedores de cada rodada.

2° etapa: Nesta aula a professora irá ensinar para os alunos o jogo de dama tradicional, usando os tabuleiros da escola, para desta forma os alunos reconhecerem as regras e tirarem suas dúvidas. Depois jogar coletivamente a DAMÁTICA com todos os alunos, para retirar possíveis dúvidas que ainda possa existir.

3° etapa: A professora irá separar os alunos em duplas, intercalando meninas e meninos para que haja socialização entre eles. Com todos prontos a professora irá soar o apito para que comesse o jogo. O vencedor de cada dupla terá seu nome colocado no mural para o desafio final que será na próxima aula. 
    
4° Etapa: Com todos preparados começa o último desafio que elegerá 7 vencedores tais quais terão o mérito de ajudar os alunos de classe nas próximas atividades de matemática.
                              

Aula de Ciências
1º etapa: Passar a música “Os sentidos” e pedir que os alunos prestem atenção à letra.

Os Sentidos ( Hi-5)


1,2

1, 2,3
Vem contar, 
Vamos brincar

Temos cinco sentidos

E os seus sentidos quantos são?
Cinco! São cinco! Hi5! (Hi5)

Temos cinco sentidos

E os seus sentidos quantos são?
Cinco! São cinco! Hi5! (Hi5)

Um - visão

Dois - audição
Três - paladar
Quatro - Tato
Cinco - Olfato

Cinco sentidos!
Cinco sentidos

E os seus sentidos quantos são?
Cinco! São cinco! Hi5! (Hi5)

1,2

1,2,3
Vem contar, 
Vamos brincar

A visão pra te ver

Audição pra te ouvir
Vou pegar suas mãos
E com o tato sentir
Pra comer vou provar
Com o meu paladar
Olfato é pra cheirar

Cinco sentidos, são cinco!

Cinco sentidos!

Cinco sentidos

E os seus sentidos quantos são?
Cinco! São cinco! Hi5! (Hi5)

Nós temos cinco sentidos

E os seus sentidos quantos são?
Cinco! São cinco! Hi5! (Hi5)

Um - visão

Dois - audição
Três - paladar
Quatro - Tato
Cinco - Olfato

Cinco sentidos!
Cinco sentidos

E os seus sentidos quantos são?
Cinco! São cinco! Hi5! (Hi5)

1,2

1,2,3,4,5
Vejo a luz a brilhar
Ouço o som a tocar
E também ao sentir se está quente pra mim
Meu nariz sabe bem
Se o cheiro é bom ou ruim

Então quem quer brincar?

Cinco sentidos, são cinco!
Cinco sentidos!

Cinco sentidos

E os seus sentidos quantos são?
Cinco! São cinco! Hi5! (Hi5)

Temos cinco sentidos

E os seus sentidos quantos são?
Cinco! São cinco! Hi5! (Hi5)

Cinco sentidos

E os seus sentidos quantos são?
Cinco! São cinco! Hi5! (Hi5)

Temos cinco sentidos

E os seus sentidos quantos são?
Cinco! São cinco! Hi5! (Hi5)

1,2

1,2,3
Vem contar, 
Vamos brincar





2º etapa: Transmitir todo o conteúdo da matéria, escrevendo na lousa os pontos principais e pedir que os alunos acompanhem através de seus livros.Discutir sobre o conteúdo da matéria com os alunos e tirar as possíveis dúvidas e será esclarecida na próxima aula.
3º etapa: Dividir a sala em quatro gruposO professor auxiliar ficará com três grupos no pátio da escola, enquanto a professora faz a brincadeira com o primeiro grupo, na sala de aula.Fazer com que cada aluno do grupo, de olhos vendados, identifique um controle remoto através do tato, uma fruta através do paladar, o pó de café através do olfato e o som de água através da audiçãoSolicitar que o grupo decida as respostas e anote na folhaA professora levará o grupo ao pátio e retornará à sala de aula com outro grupo, onde repetirá o mesmo procedimentoAo final, todos retornarão à sala de aula.
4º etapa: Nesta aula a professora fará a correção das respostas dadas pelos gruposO grupo que acertar todas as questões será o vencedor. Após discutir com a sala sobre a experiência de “enxergar” através de outros sentidos (tato, paladar, audição e olfato).
5º etapa: Individualmente, fazer uma atividade onde em uma folha terá o rosto incompleto, e os alunos terão que identificar qual está faltando e descrever o sentidos e  para que os servem . Pedir que coloram e colem no mural da sala de aula.

Aula de educação Física

1º etapa: ao chegar à quadra, o professor ditará as regras e o objetivo do “jogo de futebol nas escuras”. Explicará como se efetua o passe, a recepção, chute, condução da bola, o drible. Em seguida, o professor divide os times, composta por seis jogadores em cada um, e venda os olhos dos alunos. Inicia-se a atividade, dispondo os alunos em círculo com apenas um deles ao centro. Um dos alunos bate palmas e o que está no centro deve deslocar-se em sua direção ao professor comanda quem irá bater as palmas para evitar a emissão de mais de um estímulo auditivo; b) o aluno que estiver na roda deverá posicionar-se com os braços estendidos à frente para a prevenção de um possível choque; c) o estímulo poderá ser por voz, palmas ou com uso de uma bola com guizo. Todas as equipes deverão participar, sendo 10 minutos para cada. Terminado a aula, eles voltarão à sala de aula.
2º etapa: No segundo dia daremos continuidade aos jogos, enfatizando a dificuldade e habilidades dos deficiente visuais. O professor irá propor um jogo com os deficientes no dia da visita, e fará as recomendações necessárias. Essa atividade será avaliada para nota.

Visita
Contatar a coordenação da escola, solicitando permissão para uma visita pela escola de deficientes visuais e agendar a visita juntamente com um ônibus.O professor fará uma recapitulação, em sala de aula, sobre as aulas anteriores. O passeio ocorrerá no dia 3 de Junho das 13 horas às 17 horas. Combinar com os alunos que coloquem em prática o respeito durante a visita e explicar que os alunos da escola a ser visitada são deficientes visuais e que a única diferença entre eles é a falta de um sentido, mas que isto não cria barreiras que não possam ser transpostas na educação, no trabalho ou na vida em sociedade. No dia da visita, os alunos deverão aguardar a solicitação do professor auxiliar para entrar no ônibus. Iniciar a visita conhecendo a escola e interagindo com os alunos deficientes. Fazer uma pausa para o lanche às 15 horas. Continuar a visita com a entrega dos livros e todos os professores organizarão grupos para que possam jogar juntos o jogo  Damática, confeccionado durante as aulas,  e a abertura dos livros. Após, a escola fará uma partida de futebol, para uma despedida descontraída. Em seguida, todos retornarão, de forma organizada, para o ônibus.

Avaliação:
Serão avaliados, através de registro, pelo professor: a participação de cada aluno, a compreensão do tema, as atitudes e posturas durante a visita e as mudanças de comportamento.

Produto final:
Todos os materiais e atividades feitos durante o projeto, como os jogos de dama, desenhos, fotografias das atividades em sala de aula e da visita, o livro de textura, os matérias e desenhos dos órgãos dos sentidos, serão expostos no hall da escola no dia da reunião de pais.

Bibliografia:



Projeto realizado por: Adalgenia Moura, Aline Mendes, Jacqueline Teixeira, Ana Claudia Jhonston, Carla Silmara Oliveira.





Vídeo sobre Alfabetização por meio de jogos pedagógicos