O que é música?
A música está
intimamente ligada às tradições e à cultura das sociedades na história.
Compreender esta linguagem é chave para construir a sensibilidade
No dicionário
Houaiss da Língua Portuguesa, o termo música é definido como a arte de se
exprimir por meio de sons, seguindo regras que variam conforme a época e a
civilização. No âmbito da Educação Musical, contudo, a música deve ser entendida
como linguagem artística, imprescindível para a formação humana dos alunos. As
composições, interpretações e improvisações que comumente chamamos de
"músicas" são, na verdade, produtos desta linguagem. Aprender música
na escola significa, portanto, aprender a se expressar por meio dos sons e
desenvolver habilidades como o canto, a execução instrumental, a audição e a
improvisação sonora. O desafio, agora, é considerar toda essa diversidade da
produção musical brasileira e mundial (que está em discos, filmes, na internet,
nas canções, ou no som puro da voz e dos instrumentos) e leva-la para a sala de
aula de maneira planejada. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais de
Arte, para que a aprendizagem de música faça sentido na formação cultural e
cidadã dos alunos desde as séries iniciais, é necessário que todos tenham
oportunidades para participar ativamente como ouvintes, intérpretes,
compositores e improvisadores de sequências rítmicas, dentro e fora da sala de
aula. Diz o documento: "A escola pode contribuir para que os alunos se
tornem ouvintes sensíveis, amadores talentosos ou músicos profissionais. (...)
Ela pode proporcionar condições para uma apreciação rica e ampla, onde o aluno
aprenda a valorizar os momentos importantes em que a música se inscreve no
tempo e na história". A música já é um conteúdo obrigatório em toda a
Educação Básica, ministrado por professores especialistas ou unidocentes. É o
que determina a Lei nº 11.769, de 18 de agosto de 2008, que acaba de entrar em
vigor. Cabe aos educadores organizar as aprendizagens fundamentais da linguagem
musical para que os alunos construam conhecimento crítico e sensível, para além
da vivência de jogos musicais e das aprendizagens da escrita musical - que,
evidentemente, integram um bom planejamento do ensino de música até o final do
Ensino Fundamental.
É importante que as
crianças entendam a música como uma modalidade artística de expressão das
sociedades em diferentes épocas e lugares O contato com a música é
imprescindível desde os primeiros anos da Educação Infantil. A partir do 1º ano
do Ensino Fundamental, no entanto, é possível propor que as crianças comecem a
compreender a música enquanto linguagem dotada de sentido, uma forma de
expressão dos povos em diferentes épocas e lugares. Por isso, no trabalho com
as séries iniciais é fundamental que se apresentem obras de diversos artistas e
gêneros, produzidas em períodos distintos da história - desde a música barroca,
por exemplo, até as canções do nosso folclore regional, parlendas e cantigas de
roda. A formação do repertório (que influi diretamente na construção do gosto
da criança) passa pela audição de músicas dos mais diferentes tipos, pela
experimentação de apresentações musicais e artísticas de comunidades e pela
apreciação da produção musical de diferentes regiões do país, consideradas em
sua diversidade. Nas séries iniciais, as crianças precisam se familiarizar com
diferentes ritmos e estilos e compreender a importância da música para as
civilizações. Por isso, você deve colocar a turma em contato com diferentes
fontes de registro e preservação da produção sonora, como as partituras e os
discos, por exemplo. É essencial que as crianças conheçam os recursos
disponíveis para ter acesso e divulgar a música em diferentes espaços. Outro
ponto importante é propor situações para que, até o final do 2º ano, os alunos
possam reconhecer a forma, o som e algumas características comuns aos
diferentes instrumentos. Abra espaço nas aulas para que as crianças tragam as
músicas e os instrumentos que conhecem. Uma boa atividade é montar um painel na
sala com as imagens dos instrumentos, agrupados pelas famílias - cordas
(violino, viola, violoncelo, contrabaixo), madeiras (flautas, oboés, fagotes),
metais (saxofone, trompete, trompa, trombone) e percussão (chocalhos, tambores,
triângulos, xilofones) - ou pelo som - instrumentos de som grave e de som
agudo, por exemplo. Usar instrumentos de verdade nas aulas também é muito
importante. Mesmo que você não saiba tocá-los, você pode convidar um músico
para ir à escola fazer uma demonstração. Outra alternativa é usar discos que
mostrem o som dos instrumentos. Vale lembrar: as aulas de música, mesmo quando
ministradas pelo professor unidocente, não devem ser pautadas apenas pelas
canções de comando, como "meu lanchinho, meu lanchinho...", ou pelas
datas comemorativas. É preciso que as criançascompreendam a importância da
linguagem musical para a expressão humana.
Introdução à música na
escola
Entre as linguagens
artísticas, a música é uma das mais acessíveis e presentes no cotidiano dos
alunos. A escola, no entanto, tem um papel muito importante no contato da
criança com esse tipo de manifestação cultural. A ela, cabe garantir que se
tome consciência dos elementos que fazem parte da linguagem musical (o som e o
silêncio, os diferentes timbres dos instrumentos, a noção de ritmo, etc):
conteúdos de uma iniciação à música.
A esse aspecto, a especialista em
ensino de Arte Isabel Graciano relaciona outros. "Fazer música em grupo é
uma vivência à qual muitas crianças só têm acesso no ambiente escolar",
diz ela. "Além disso, é função do professor ampliar o repertório de ritmos
e estilos musicais dos alunos."
Fonte
http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/musica-1o-2o-anos-640283.shtml?page=8.4
http://www.youtube.com/watch?v=VmM4sDAEkE4
http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/musica-1o-2o-anos-640283.shtml?page=8.4
http://www.youtube.com/watch?v=VmM4sDAEkE4
Como
transformar o Brasil em um país de leitores?
Não
é por que o livro é caro, nem por que faltam bibliotecas: os brasileiros que
não leem alegam desinteresse e falta de tempo. Essa é uma das conclusões do
seminário "Por um país de leitores: mobiliza, Brasil". Realizado em
abril no SESC Vila Mariana pela Fundação Itaú Social em parceria com o Cenpec
(Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária), o
seminário deixou claro que a formação de leitores é o grande obstáculo que nos
separa de uma nação leitora.
Apesar
de acreditar-se que a leitura é um hábito importante para a formação do
indivíduo, são poucos os brasileiros que efetivamente leem. O diretor regional
do SESCSP, Danilo Miranda, resumiu o desafio: "para incentivar a leitura,
é preciso que livros sejam incorporados aos nossos interesses, é preciso
incentivar não só crianças e jovens, mas também adultos para que leiam".
O
problema do acesso ao livro foi praticamente superado com o esforço do poder
público em instalar bibliotecas. De acordo com o Sistema Nacional de Bibliotecas
Públicas (SNBP), 99% das cidades possuem ao menos uma biblioteca.
Dados
da pesquisa "Retratos da Leitura no Brasil", também apresentada no
evento, mostram que apesar de 67% dos entrevistados saberem da
existência de uma biblioteca pública em sua cidade, apenas 24% deles dizem
frequentá-las e só 12% usam seu espaço para ler. "Se temos a ideia de que
a biblioteca é um lugar chato, também pensaremos que o livro é chato",
refletiu Jéferson Assunção, secretário adjunto da Secretaria de Estado da
Cultura do Rio Grande do Sul.
O
Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL) é a principal ação do governo federal
para transformar o Brasil em um país de leitores. Entre suas metas estão: zerar
o déficit de bibliotecas públicas, informatizar equipamentos, oferecer cursos
de formação para mediadores de leitura, realizar feiras e eventos literários,
entre outros.
"Definitivamente,
o poder público não tem a leitura como um bem", diz a diretora do programa
Livro, Leitura e Literatura, da Fundação Biblioteca Nacional, do Ministério da
Cultura (MinC), Maria Antonieta Cunha. Ela atentou para a falta de vontade
política das instâncias públicas no assunto: "O discurso existe, é
politicamente correto, mas não se realiza como prática".
Como cativar leitores?
Na
complexa tarefa de conquistar adeptos ao hábito da leitura, diversas
necessidades apareceram na discussão. Confira algumas:
1.
Incentivo e exemplo da família
Os
resultados da pesquisa "Retratos da Leitura no Brasil" mostraram que
o professor ultrapassou a figura da mãe como ator que mais influencia os
leitores a lerem. Os pais estão em terceiro lugar. Além disso, 93% leem em
casa, por isso, o bom exemplo dos pais diante dos filhos é importante.
A
diretora-presidente do Cenpec (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação,
Cultura e Ação Comunitária), Maria Alice Setubal, contou que seu interesse pela
leitura começou com sua mãe. "Tive o privilégio de ter uma mãe que era uma
grande leitora, lembro de ela ler os livros de Monteiro Lobato... Eu e meus
imrãos também ficávamos fascinados com as histórias que minha mãe contava sobre
os livros que ela lia", revelou.
"Quem é
inoculado com o hábito de ler para seu filho sente-se extremamente
gratificado", emendou o vice-presidente da Fundação Itaú Social, Antonio
Matias. "É um momento que pode ser transformador na vida das pessoas, uma
experiência muito prazerosa e extremamente importante", conclui.
A relação afetiva e
de exemplo também é muito importante. A pesquisa também confirmou o que já
sabíamos: quem viu mais a mãe lendo lê mais. Quem ganhou livros quando criança
lê mais.
2. Alfabetização na idade correta
Leitura
e alfabetização estão intimamente ligadas. "Não conseguimos alfabetizar as
crianças na idade correta", lamentou Maria Alice Setubal,
diretora-presidente do Cenpec (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação,
Cultura e Ação Comunitária), "ainda não cumprimos essa tarefa básica e
dela depende o desenvolvimento da paixão pela leitura."
A
criança que lê desde cedo possui uma condição de alfabetização e aprendizagem
superior. A falta do hábito de leitura está entre as causas da dificuldade de
aprendizagem, o que pode levar, no futuro, à evasão no Ensino Médio, um dos
grandes problemas da Educação brasileira. Além disso, como cativar leitores se
eles não compreendem direito o que leem? "É impossível imaginar o
desenvolvimento de um cidadão se ele não puder aprender sempre", reforçou
Antonio Matias, vice-presidente da Fundação Itaú Social.
3.
Qualificação de bibliotecas e bibliotecários
33%
dos 164,8 milhões de brasileiros que não frequentam bibliotecas responderam que
nada os faria passar a frequentá-las. Adriana Ferrari, da secretaria de Estado
da Cultura de São Paulo, acredita que a biblioteca precisa oferecer atividades
diferentes e preparar sua equipe para estimular a leitura. "Há o mito de
que a biblioteca é um espaço modorrento, mas quantas de fato são organismos
vivos dentro das suas comunidades?", provocou.
O
seminário trouxe o exemplo da elogiadíssima Biblioteca Pública do Acre,
reinaugurada em 2008. Por seu ambiente agradável e interativo, tem conseguido
atrair grande número crescente de visitantes acreanos.
4.
Projetos de incentivo à leitura
Quando a família e
a escola não cumprem o papel de formar leitores, os projetos privados ou
públicos ganham destaque na tarefa de conquistar adeptos para a leitura.
Fonte:
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