PROFESSOR(A) À VOCÊ... COMO NOS ENSINOU
PAULO FREIRE, NÃO ESTAMOS EM NOSSO MUNDO PARA SIMPLESMENTE A ELE NOS
ADAPTARMOS, MAS PARA, COM CERTEZA, TRANSFORMÁ-LO. E, PARA TANTO, ACREDITEMOS
QUE É POSSÍVEL MUDÁ-LO COM UM CERTO SONHO OU PROJETO DE MUNDO.
Por que e como lidar com imagens da
arte na educação
Observar as imagens construídas por
artistas pode ser um exercício que, além de gerar prazer, ajuda a construir um
repertório estético privilegiado e desenvolve a observação e imaginação. À
medida que as crianças começam a se interessar pela escrita, parece que perdem
o interesse pelo texto imagético, aquele que era forte para as convocações de
seu imaginário. Essa questão só será minimizada e até revertida se for regida
por ações interferentes de um professor provocador, consciente de seu trabalho
como regente da relação ensino-aprendizagem, só o professor conseguirá reverte
esse caminho de diminuição do interesse pelas imagens, por meio de estímulos e
provocações, no sentido de conseguir que os alunos entrem no mundo da escrita
sem perder o interesse pelo texto da imagem, trazer para a sala de aula imagens
de todo a natureza.
Principalmente a imagem produzida por
artistas destacados pelos historiadores de arte, pois estas são construídas com
um forte sentido estético e ético, a imagem pode ser oferecida aos olhares
observadores das crianças sem se preocupar em contar histórias sobre elas,
nesse contato imagem/olho que as observações, os interesses, os pensamentos e a
imaginação poderão ser ativados pelos olhares dos alunos.
Por que levar as imagens da arte para a
sala de aula?
Porque as crianças gostam de olhar
imagens.
Elas reconhecem elementos da imagem que
fazem parte do seu mundo e do mundo das artes e começam a perceber a forte
significação da presença dos elementos da linguagem da arte: a linha que
constrói o desenho, as cores que preenchem as formas e os espaços como elementos
significantes. As crianças pensam enquanto olham as imagens, as quais
despertam sua curiosidade. O contato com as imagens instiga sua imaginação.
Como apresentar as imagens para as
crianças?
É preciso cuidar para que as imagens
ganhem visibilidade:
- emoldurando as imagens para chamar
atenção sobre elas;
- colocando-as na parede na altura dos
olhos das crianças;
- criando um momento coletivo de
apresentar as imagens;
- dando importância ao momento de
apresentar as imagens.
Como conduzir uma leitura de imagens?
Crianças de 3 a 6 anos, além
de olhar, descobrir coisas conhecidas e desconhecidas, comentam, apontam,
passam a mão, voltam muitas vezes para observar, comentam as observações,
percebem os detalhes, enumeram as cores, criam histórias, etc.
Diante das observações, pode explorar
as imagens com o grupo das mais diversas formas. A interferência do professor
consiste em coletivizar as percepções das crianças, em levar o grupo a destacar
no final da observação as questões principais que são focos na imagem, em
provocar o aprofundamento das observações.
Roteiro a seguir
1- Na reprodução da pintura emoldurar
com cartolina para dar mais visibilidade à imagem.
2- Pense em um moda instigante de
apresentar a imagem às crianças.
3- Mostre a imagem, deixando as
crianças falarem livremente sobre ela.
4- Se possível, grave essas observações
ou anote-as para que você perceba como as crianças realizam a observação da
pintura e quais são os elementos da imagem que mais chamaram a atenção
delas.
5- Instigue as crianças a perceberem o
que está acontecendo na cena.
6- Estabeleça uma relação entre a cena
da imagem e uma cena da realidade que elas possam ter conhecido.
7- Crie trabalhos de arte, dramatizações ou danças a partir de sugestões das
observações que as crianças fizeram da reprodução da pintura.
8- deixe a imagem fixada durante mais
tempo na parede da sala (na altura dos olhos das crianças) para que elas possam
continuar observando livremente a imagem em outros momentos.
9- Anote as observações para que você
perceba como a imagem e as crianças relacionaram-se e também para que possa
retirar daí ideias para novos trabalhos com elas.
Não esqueça de conversar com elas ao
final do trabalho sobre o processo vivido e sobre o resultados obtidos. Perceba
se os objetivos propostos foram atingidos.
Texto retirado da revista Pátio Educação Infantil Nº 1 – 2003 – Anamélia
Bueno Buoro é doutora em Comunicação e professora de Artes e Educação.
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